A vida moderna nos leva a perder o sentido de continuidade. Falamos em construção histórica, pátria, herança cultural, mas somos superficiais, não ousamos mergulhar fundo em nossas raízes. Não percebemos como nossa “aparição” em uma sociedade nos liga ...
Sinopse
A vida moderna nos leva a perder o sentido de continuidade. Falamos em construção histórica, pátria, herança cultural, mas somos superficiais, não ousamos mergulhar fundo em nossas raízes. Não percebemos como nossa “aparição” em uma sociedade nos liga a um passado que nós desconhecemos e que, se escrutinado, poderia deixar perceber que, para vivermos o aqui e o agora, foi necessário que centenas de outras pessoas existissem, escrevessem suas histórias e seus dramas através das épocas passadas a fim de virar o mundo de ponta cabeça.
Hobbes é um desses iconoclastas. Em sua longa produtiva vida ele mudou o mundo quebrando o paradigma medieval, que perdurava há mais de um milênio, alicerçado no dogma e nos jogou na modernidade. Ele apoiava a monarquia, mas se recusava a ser súdito incondicional.
Defendeu a soberania absoluta sem renunciar o direito à vida, à segurança e à liberdade naquilo que a Lei permitisse. Praticava a religião e, no entanto, abominou o dogmatismo e a supremacia do báculo sobre assuntos políticos.
Nos dias atuais, Bauman, diante do quadro de incerteza e insegurança, convida Hobbes como comensal um tanto incômodo à sua mesa. Vale a pena participar desse banquete.
Número de Páginas
376
Formato
14x21
Ano de Publicação
2022
Área
Filosofia
Sobre livros e homens
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
O LEVIATÃ NÃO ENCERRA O PERIGO DA GUERRA
1. Hobbes se debate contra antigos paradigmas
1.1 Para obter a paz é necessário entender as causas da guerra
1.2 O estudo geral dos corpos e do movimento
1.3 A razão fundamenta a saída do estado de guerra
CAPÍTULO II
O LEVIATÃ NÃO PODE EXTINGUIR AS PAIXÕES
2. O pacto fundante em três atos da razão: transferir, autorizar e submeter-se
2.1 Como elevar a multidão à condição de corpo coletivo passível de ser representado
2.2 As ameaças que podem levar ao enfraquecimento ou dissolução do pacto
2.3 A soberania absoluta como condição de manter o pacto e proteger o povo
2.4 A missão de bem instruir e convencer o povo acerca do seu dever
CAPÍTULO III
A SECULARIZAÇÃO PARA NEUTRALIZAR OS AGENTES SEDUTORES
3. A indivisibilidade da soberania provém de uma leitura singular das Escrituras
3.1 A falta de compreensão da missão do Cristo e de seu papel de rei
3.2 A legitimidade do soberano como autoridade eclesiástica
3.3 O que deve fazer o súdito cristão para entrar no reino dos céus
CAPÍTULO IV
A OPINIÃO TUTELADA COMO ANTÍDOTO AO PODER DAS TREVAS
4. O pretenso ateísmo de Hobbes
4.1 Os representantes do reino das trevas citados por Hobbes: seus métodos e objetivos
4.2 As forças das trevas contam com a superstição do povo
4.3 A apropriação do conceito de Filosofia e da herança greco-romana
4.4 A perenidade do Leviatã passa pela reforma das Universidades
4.5 O controle da opinião como solução e o veto do soberano ao sonho de Hobbes
CAPÍTULO V
HOBBES COMO ASSÍDUO COMENSAL NA PÓS-MODERNIDADE
5. A afirmação da liberdade e dos direitos percorrem uma longa trajetória histórica
5.1 Dos contratualistas a um sonho de prosperidade universal
5.2 O iluminismo como utopia viável e o despertar para a era dos direitos
5.3 A razão leva para um beco sem saída: o amargo despertar
5.4 A pós-modernidade parece ressuscitar o estado de natureza hobbesiano
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS