Em Os veios profundos de Mariana, sente-se, página por página, a falta de um convidado, ou melhor, de um ilustre desconhecido cujo nome, no entanto, é citado em toda parte, para ser ora cortejado, ora exorcizado. Quando são comparadas as inúmeras image...
Sinopse
Em Os veios profundos de Mariana, sente-se, página por página, a falta de um convidado, ou melhor, de um ilustre desconhecido cujo nome, no entanto, é citado em toda parte, para ser ora cortejado, ora exorcizado. Quando são comparadas as inúmeras imagens e fotos dispostas pelo trabalho, quando se percebe a virulência das transformações ocorridas na herdeira da antiga Vila do Carmo durante o século XX, saliva na boca o gosto amargo da pergunta que quer saber se tudo ou algo poderia ter sido diferente. E a resposta, então, aparece pichada nos muros da cidade sob a forma de um novo convite dirigido a esse ilustre desconhecido, o qual talvez pudéssemos chamar de democracia radical - ou simplesmente de democracia -, pois nomeá-la na força de sua singularidade afasta o pastiche oligárquico que a tem controlado desde sempre no Brasil. A cidade de Mariana é um dos diversos exemplos de como a tradição autoritária gestada desde o período colonial, e da qual muitos se orgulham, sejam ou não marqueses, encharca os espaços materiais e simbólicos e crava neles sua marca.
Número de Páginas
332
Formato
14x21cm
Ano de Publicação
2024
Área
História
Sobre a construção do objeto
A organização do trabalho
Um breve relato da invenção da cidade-patrimônio
PREFÁCIO
EM MARIANA, O MUNDO
CAPÍTULO I: DE CIDADE-MORTA À CIDADE-MONUMENTO
O surgimento do SPHAN e suas primeiras ações em Mariana (1938-1945)
A paisagem circundante integra e emoldura: as variações na dimensão da área-patrimônio
CAPÍTULO II: OS EFLÚVIOS DO PROGRESSO: AS PRÁTICAS DO PATRIMÔNIO NA “CIDADE DOS BISPOS”, EMBATES ENTRE RADIÇÃO E MODERNIDADE (1946-1967)
Ações em imóveis particulares
Ações no espaço público e em edificações de uso coletivo
CAPÍTULO III: OS PARADIGMAS URBANÍSTICOS-AMBIENTAIS DE MARIANA
Agentes, instituições e instrumentos formadores da configuração urbano-fundiária da cidade: um breve panorama da Colônia à República
Expansão e gestão urbanístico-fundiária: permanências e rupturas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
FONTES E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS