Aquilo que para os liberais clássicos era um mundo aberto à exploração, ao ponto de não desejarem interferências entre o indivíduo e o universo, tornou-se uma vida planejada, prevista, agendada, não por políticos, mas por publicitários, financistas e c...
Sinopse
Aquilo que para os liberais clássicos era um mundo aberto à exploração, ao ponto de não desejarem interferências entre o indivíduo e o universo, tornou-se uma vida planejada, prevista, agendada, não por políticos, mas por publicitários, financistas e conselhos de administração de empresas. Assim, nesse mundo aparentemente livre, mas realmente fechado no limite e na lógica econômica, a realidade termina por ser uma extensão das fantasias, fantasias comerciais, uma vez que essas podem ir revestindo o mundo para criar e satisfazer desejos comuns no interior dessa grande granja humana de consumo e prazer. Tudo isso seria uma festa, o comércio de fantasias substituindo a antiga relação orgânica estabelecida sobre as pretensões de verdade, natureza e Deus, não fosse certa moldura com que se subjuga nossas relações morais e afetivas. Um divulgador importante dessa moldura cognitiva, que se usa de nossos sentimentos morais para constituir-se, é o filme animado produzido pela indústria cinematográfica norte-americana dirigido tanto às crianças quanto aos adultos. Em nosso tempo de intensa guerra cultural, enquanto se acusa e monitora as escolas em nome de uma normalidade conservadora, se negligencia em nome da liberdade de mercado o forte papel pedagógico do cinema produzido como entretenimento publicitário. O objetivo deste livro é tentar expor essa moldura político-discursiva veiculada pelo cinema de animação da maior produtora de sucessos nos últimos anos – a Pixar
Número de Páginas
124
Formato
14x21cm
Ano de Publicação
2022
Área
Educação
Introdução
1. Toy Story (1995): o elogio à naturalização da estrutura social
A trama animada
A naturalização dos papéis sociais
O nascimento político do indivíduo
A reação conservadora
Moral aparente da história
Moral contextual da história
2. Vida de Inseto (1998): o elogio ao racismo
A trama animada
A defesa da modernidade
A antimodernidade
O racismo explícito
Moral aparente da história
Moral contextual da história
3. Procurando Nemo (2003): o elogio à resignação
A trama animada
A história das presas
Um mundo de frágil sentido
Em mar aberto
Moral aparente da história
Moral contextual da história
4. Monstros S.A. (2003): o elogio à exploração feliz
A trama animada
A belinha e a fera
O ponto de vista dos monstros
A paz pelo prazer
Monstros na universidade
Moral aparente da história
Moral contextual da história
5. Os Incríveis (2004): o elogio ao egoísmo
A trama animada
O darwinismo social
Os direitos humanos e o politicamente correto
Um outro herói
Moral aparente da história
Moral contextual da história
6. Carros (2006): o elogio da nobreza
A trama animada
O invólucro do indivíduo
O aprendizado da nobreza
Moral aparente da história
Moral contextual da história
7. Divertidamente (2015): o elogio à subjetivação narcísica
A trama animada
A arquitetura da vida psíquica
O que a alma de Riley espelha de seu exterior
Mensagem aparente da história
Moral contextual da história
8. Soul (2020): o elogio à predestinação social
A trama animada
O dilema de Joe
O condicionamento da questão
A subjetividade transcendente
Moral aparente da história
Moral contextual da história
Considerações finais – a moral da história
Referências